segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Mais um sequestro na subida da Serra BR-040

Mais um sequestro-relâmpago envolvendo a Serra de Petrópolis (BR-040) foi registrado pela polícia, na manhã de ontem. Desta vez, uma mulher que seguia sozinha em um Corola foi a vítima. Este já é o segundo em menos de uma semana e há suspeita de ter relação entre os dois. A ação de bandidos na rodovia vem preocupando autoridades do município e órgãos de segurança pública. De acordo com o comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar (Petrópolis), tenente-coronel André Vidal, por causa da falta de policiamento na Serra, agentes haviam sido deslocados para auxiliar o efetivo na estrada, mas, como rodovias federais não são de competência da PM, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) teria reclamado da atuação do batalhão através de oficio e o trabalho acabou sendo desmotivado.
Atualmente, todo o trecho de Petrópolis da BR-040 conta apenas com uma viatura circulando nos dois sentidos da Serra e outras duas ou três na baixada fluminense. O posto da PRF, construído pela prefeitura, que fica próximo ao Belvedere, está desativado há cerca de cinco meses por falta de condições de trabalho. No local não há qualquer policial, apenas dois pintores que cuidam da reforma, com previsão de acabar em uma semana. Durante todo o tempo que está fechado, autoridades disseram que a BR-040 ficou desprotegida e “é alvo fácil de bandidos”.
- Esta falta de policiamento na Serra, a ausência de policiais, facilita a entrada de criminosos. Por causa disso, tínhamos uma equipe que circulava entre o Belvedere e a entrada da cidade fazendo o patrulhamento, mas recebemos um ofício com a PRF reclamando, com isso a viatura foi retirada do local – explicou o tenente coronel Vidal.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, os bandidos estariam aproveitando esta deficiência na rodovia para sequestrar e assaltar os motoristas que circulam por ela sem ser pegos. No caso desta sexta-feira, eles estariam em um Fox, cor prata, e bateram na traseira do Corola, cor prata. Quando a motorista estacionou para ver o que havia ocorrido, os criminosos anunciaram o sequestro e entraram no veículo dela. Todos seguiram, então, com os dois carros até o Belvedere, onde retornaram para o Rio de Janeiro. A mulher foi deixada na Rodovia Washington Luiz, em frente à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), mas antes teve dinheiro, objetos pessoais e cartões roubados.
O Corola foi abandonado logo em seguida em Duque de Caxias e, no fim da tarde de ontem, um dos sequestradores foi preso em flagrante tentando usar o cartão da vítima em um banco em Del Castilho, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
O sequestro chamou atenção por causa do modelo e cor do veículo da vítima, pois tem as mesmas características do carro onde estava o empresário do ramo do petróleo sequestrado na última terça-feira. Por causa disso, uma relação entre os dois crimes não está descartada. Agora, a 27ª Delegacia (Del Castilho), onde o caso ficou registrado, deverá investigar os criminosos.

Município teme onda de ataques

O presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Igor (PMDB), explicou que, em abril, quando assaltos começaram a ocorrer na rodovia, um ofício foi enviado à Polícia Rodoviária Federal pedindo mais policiamento, tanto na descida quanto na subida da Serra. Segundo ele, o órgão se comprometeu a reativar a posto do Belvedere, desde que ele estivesse reformado.
- Agora vamos continuar cobrando isso deles, foi um compromisso firmado com a gente. Esses crimes que vêm acontecendo na estrada prejudicam, e muito, a cidade, não só os moradores que descem e sobem todos os dias para trabalhar, mas também os turistas e visitantes que vêm ao município. Vou estar empenhado em cobrar mais policiamento para aquela área – explicou o parlamentar.
Já o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, Bruno Wanderley, frisou que teme uma nova onda de ataques “como já ocorreu anos atrás”. Ele disse que este tipo de notícia repercute de forma negativa com os turistas, que acabam com medo de subir a Serra.
- Temos que ficar atentos para ver se estes crimes não são mais dois casos isolados ou se isto vai começar a ser rotina, porque prejudica, e muito, a rede hoteleira – completou ele.
Também para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), Marcelo Fiorini, a falta de policiamento é negativa, pois traz uma sensação de insegurança, e tem um impacto grande no comércio.
- Isso gera uma apreensão para o comércio e para o turista que visita a cidade. Pedimos para que a BR-040 volte a ter policiamento, pois é imprescindível para a cidade. A falta de segurança na estrada, com certeza, prejudica muito o comércio – disse Fiorini.

Segundo sequestro envolvendo a Serra na semana

Na última terça-feira, pelo menos seis criminosos fortemente armados com fuzis e pistolas, sequestraram um empresário do ramo do petróleo e seus dois motoristas em Magé. Eles passaram sem ser percebidos por toda a subida da Serra, deixaram os dois funcionários em uma rua do Quitandinha e voltaram para a rodovia com o empresário. Próximo ao antigo Hotel Alpes, os criminosos abandonaram o veículo da vítima às margens da estrada e continuaram seguindo viagem sem terem sido notados por nenhum policial rodoviário federal.
O empresário, que é venezuelano mas mora no Brasil há mais 10 anos, teria ficado em poder dos criminosos até a Washington Luiz, em Duque de Caxias, onde foi solto. Até ontem ainda não havia pistas dos bandidos. A vítima teria contratado uma empresa de transporte para viajar de Macaé, no Rio de Janeiro, até Brasilândia, em Minas Gerais, e seguia com dois motoristas no carro da firma, um Corola, quando todos foram abordados pelos bandidos em outro Corola, na altura de Magé. Eles teriam emparelhado os dois veículos e alguns deles entraram no carro das vítimas. Em seguida, encapuzaram os motoristas e o empresário.
De acordo com o comandante do 26º Batalhão da PM (Petrópolis), tenente coronel André Vidal, os dois funcionários da empresa de transporte foram deixados na Rua Cuba, no Quitandinha, que de lá embarcaram em um taxi e conseguiram chegar até a corporação, no mesmo bairro. Eles contaram o que havia acontecido e, imediatamente, todas as entradas da cidade foram fechadas e as unidades bancárias avisadas, mas os criminosos já haviam saído do município. Já o empresário também conseguiu entrar em contato com a polícia assim que foi deixado pelos bandidos. Ninguém foi ferido. Os sequestradores teriam roubado cartões de crédito com as senhas, celulares, um notebook, entre outros objetos pessoais.

Diário de Petrópolis.

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