terça-feira, 16 de agosto de 2011

TRE CONDENA POR UNANIMIDADE DEPUTADO BERNARDO ROSSI

TRE CONDENA POR UNANIMIDADE DEPUTADO BERNARDO ROSSI POR CONTRATAÇÕES IRREGULARES
O DESEMBARGADOR SERGIO LUCIO CRUZ VICE-PRESIDENTE DO TRE, (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL) ACATOU A DENÚNCIA DO PRESIDENTE DO INDECCON DR MARCIO TESCH, ONDE, O EX PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS, BERNARDO ROSSI, FEZ UMA SÉRIE DE CONTRATAÇÕES IRREGULARES NO ANO DE 2010, PRINCIPALMENTE EM PERÍODO DE CAMPANHA, SE VALENDO DO SEU PODER DE AUTORIDADE. O ENTÃO VEREADOR BERNARDO ROSSI UTILIZOU A LEI 6528 DE 2008, PARA REALIZAR AS CONTRATAÇÕES. SÓ QUE A REFERIDA LEI É PARA CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL NAS ÁREAS DA SAÚDE E EDUCAÇÃO. E SÓ PODERIA DE ACORDO COM A PRÓPRIA LEI, SER UTILIZADA PELA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA . PIOR É QUE AINDA CONTRATOU EM PERÍODO ELEITORAL, O QUE É FLAGRANTEMENTE PROIBIDO PELA LEI 9504, SUJEITANDO ROSSI A PERDA DE SEU MANDATO ELETIVO E MESMO A PAGAMENTO DE MULTA PELA ILEGALIDADE PRATICADA. ESTAMOS TAMBÉM AVALIANDO JUNTO AO TCE A POSSIBILIDADE DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Castigo para farras com verba pública na Serra

Ex-presidente da Câmara de Teresópolis terá que devolver R$ 7,9 milhões. Em Petrópolis, vereadores viajavam com tudo pago pela Casa durante os feriados


Em novas denúncias de mau uso de verbas públicas por políticos da Região Serrana, o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Teresópolis José Carlos Faria (PMDB) foi condenado a devolver R$ 7,9 milhões aos cofres da Casa, acusado de pagamentos ilegais de gratificações e diárias. Em Petrópolis, o Ministério Público (MP) Estadual denunciou o ex-presidente da Câmara Luiz Fernando Rocha (PSB) por ordenação de despesas de viagens não-autorizadas, em em período de recesso parlamentar, no valor de R$ 457,7 mil.

Em Teresópolis, além da condenação de José Carlos Faria pela 2ª Vara Cível do município, Adilson Falcão Graça, ex-chefe de contabilidade da Câmara e contratado sem licitação, terá que devolver R$ 847.472,16. A sentença diz que José Carlos autorizou pagamentos ilegais de gratificações em cargos de comissão e diárias a vereadores. Em Petrópolis, segundo o MP, Luiz Fernando pagou diárias, alimentação e deslocamentos para ele e outros vereadores sem nota fiscal e durante o Natal, Ano Novo e Carnaval. O texto diz que o político praticou o crime 91 vezes.

IMPROBIDADE EM MESQUITA

Já na Baixada, o prefeito de Mesquita, Artur Messias (PT), é processado pelo MP Federal por improbidade administrativa em contratações na Saúde sem licitação. Messias só vai se pronunciar quando for notificado. “Auditoria verificou que cooperativas foram contratadas sem licitação e sequer fizeram contrato para pagamentos de R$ 3,9 milhões”, disse o procurador Sérgio Luiz Pinel Dias.

Em Petrópolis, a Casa do Terror

casa da morte Em Petrópolis, a Casa do Terror

A aparentemente hospitaleira e inofensiva Casa dos Horrores, em Petrópolis, deverá se transformar em Museu da Resistência, para que essa história jamais seja esquecida


Foi semana passada, no Palácio Rio Negro, em Petrópolis, com presença deLeonardo Boff, do secretário de Direitos Humanos, do presidente da Comissão da Anistia e da ex-militante política Jane de Alencar, representando as pessoas que foram torturadas no regime militar. O diretor do palácio, Aluysio Robalinho, ao conhecer a história de Jane e de tantos outros, quis fazer o desagravo. Na ocasião, foi reforçado o pedido de tombamento da "Casa de Horrores" de Petrópolis, como ficou conhecida a mansão utilizada pelos torturadores para arrancar confissões dos presos políticos. Aquela casa, de triste memória, deverá ser transformada em ummuseu de resistência a essas práticas doentias utilizadas pelos regimes ditatoriais. Grande e necessária iniciativa. Não deixar que esses fatos caiam no esquecimento é a missão de todos que sobreviveram àqueles tempos negros e testemunharam a violência praticada...

Apesar de tudo ter acontecido há muitos anos, todas as vítimas daquelas atrocidades as guardam claras na memória. Assim, Jane falou em nome do Lucimar, do padre Henrique, do Marcos, da Fátima, do Marcus Venício, do Bené, do Araken, do Zenildo, do Maurício, do Manoel Lapa, do Zé Carlos da Mata Machado, do "seu" Clóvis - corajoso sobrevivente da ditadura e hoje com 103 anos -, do Clóvis, Nancy, Lenine e de tantos outros amigos e conhecidos de Jane que, como ela bem disse, "sofreram nas prisões a covardia e a doença dos torturadores e que perderam um pouco da fé no ser humano, ou que perderam a própria vida, tão jovens, e que nós amávamos tanto!"...

Também passaram pela Casa de Horrores ou Casa da Morte, em Petrópolis, a jovem Marilena Vilas Boas, do MR8, morta barbaramente, Aluisio Palhano, Heleny Guariba, Walter Ribeiro Novaes e Ivan Mota Dias, do VPR; o deputado Rubens Paiva; Paulo de Tarso Celestino da Silva, da Aliança de Libertação Nacional; Carlos Alberto Soares de Freitas e Mariano Joaquim da Silva, da Var Palmares, e tantos incontáveis outros...
A aparentemente calma e pacata casa branca com pedras e janelas de madeira, cercada por um jardim muito bem cuidado, na rua Arthur Barbosa, 668 , no bairroCaxambu, era na verdade um cárcere privado mantido pelo Centro de Informações do Exército, onde eram torturados e mortos, sem direito a qualquer tipo de julgamento, militantes de organizações de esquerda presos pela repressão da ditadura...

A casa de Petrópolis não foi o único endereço clandestino da repressão com esse perfil. No Rio houve também uma casa em São Conrado e, na zona sul de São Paulo, houve o Sítio 31 de Março e a casa de Itapevi. O objetivo dessas casas "secretas" de suplício era despistar as famílias, mães e pais desesperados, que corriam de quartel em quartel na busca desesperada de seus filhos desaparecidos...

Uma das função das casas macabras era eliminar presos tidos como importantes, sem deixar rastros, e a regra era picotar seus corpos em mais de dez pedaços para enterrá-los em locais diferentres (isso segundo inconfidências feitas por alguns militares!), pois o propósito era de que os corpos nunca fossem encontrados. E muitos jamais foram encontrados mesmo...

Jane de Alencar disse mais em seu discurso: "A tortura é um ato de extrema covardia e deixa sequelas profundas - físicas e emocionais. Mas, apesar desse período de trevas, nós sobrevivemos, resistimos e - o que é melhor - ainda lutamos por um Brasil mais humano e justo. Fé na vida!"...

Hildegard Angel/R7

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Governo bloqueia verba repassada para reconstrução de Nova Friburgo

Município recebeu R$ 10 milhões para ações de reconstrução.
Há indícios de fraude em contrato; prefeitura nega irregularidades.


O Ministério da Integração Nacional bloqueou os recursos repassados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil para o município de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio. Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (15), o ministério diz que detectou irregularidades na utilização dos recursos enviados para auxiliar na reconstrução da cidade, atingida por tragédias no começo do ano.

Segundo informações da Secretaria de Defesa Civil, a cidade recebeu R$ 10 milhões em janeiro deste ano para “socorro e assistência às pessoas atingidas por enchentes e enxurradas”.

Em nota oficial, a Prefeitura de Nova Friburgo afirmou que não foi informada oficialmente de bloqueio em suas contas. Negou irregularidades na aplicação do dinheiro e afirmou que os saques realizados foram para pagamento de fornecedores. A administração também afirmou que efetuou devidamente a fiscalização dos serviços prestados. "Tratando-se de uma tragédia, a prioridade era e será sempre salvar vidas e restabelecer o funcionamento da cidade", diz a nota.

CGU e Ministério da Integração já haviam detectado indícios de fraude também na utilização de verbas para reconstrução de Teresópolis, também na Região Serrana do Rio de Janeiro. A CGU divulgou relatório em que cita "indícios de direcionamento na contratação de construtoras e de fraude, incluindo o possível uso de laranja".

Em ação conjunta com a Controladoria Geral da União, o ministério informou nesta segunda que decidiu “bloquear os recursos ainda disponibilizados pela União na conta bancária vinculada às ações de socorro e assistência às vítimas” em Nova Friburgo. Ainda de acordo com o ministério, a prefeitura foi notificada para apresentar defesa em 30 dias. O G1 pediu informações para o Ministério da Integração sobre qual o valor que ainda consta na conta da prefeitura e aguarda resposta.

“Se as justificativas apresentadas pela prefeitura não forem consideradas convincentes, os recursos bloqueados serão retornados aos cofres da União e serão adotadas medidas com vistas a resgatar os valores gastos pela prefeitura de maneira irregular. Estas medidas vão desde a instauração de tomada de contas especial até a propositura de ação civil pública contra os envolvidos por meio da Advocacia-Geral da União (AGU)”, diz o ministério.






Conforme o ministério, análise do extrato bancário da agência onde estão sendo movimentados os recursos repassados a Nova Friburgo indicam que “dois saques de importâncias vultosas realizados por prestadores de serviços contratados pela prefeitura”. Os valores sacados foram de R$ 100 mil e outro de R$ 291 mil.

Além dos saques, o ministério diz que execução do convênio “evidenciou fraude nas cotações de preços inseridas nos processos de contratação emergencial” em um contrato de prestação de serviços de desinsetização, desratização e descupinização em unidades escolares e de saúde.

Além da má gestão dos recursos, o ministério aponta ainda funcionamento irregular de hospitais e obras inacabas em escolas.

Veja abaixo a íntegra da nota divulgada pelo Ministério da Integração

“Ministério da Integração Nacional
Secretaria Nacional de Defesa Civil

A Secretaria Nacional de Defesa Civil informa:

A fiscalização realizada no município de Nova Friburgo/RJ teve como foco específico o acompanhamento das ações relacionadas ao enfrentamento do estado de calamidade decretado em municípios da Região Serrana, em decorrência do desastre natural ocorrido entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2011. O desastre foi motivado pelos alagamentos, escorregamentos e/ou deslizamento de encostas e afetou drasticamente aquela região, principalmente, as residências e infraestrutura pública local, situadas ao longo das margens dos rios e nas áreas de encostas.

O trabalho foi realizado de forma compartilhada entre a Controladoria-Geral da União/CGU e órgãos federais integrantes de SINDEC (Sistema Nacional de Defesa Civil) e coordenado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC, órgão do Ministério da Integração Nacional – MI.

A inspeção no município de Nova Friburgo ocorreu no período de 26/06/2011 a 01/07/2011 e contou com a participação de representantes da Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC e da Controladoria Geral da União – CGU.

A inspeção técnica realizada, por amostragem, teve por objetivo avaliar:

a) O processo de execução da despesa realizada com os recursos federais repassados especificamente por meio do TC nº001/2011, tendo em vista a boa e regular aplicação dos recursos públicos;
b) A evolução do quadro situacional das seguintes áreas (assistência social, saúde, educação e infraestrutura), tendo em vista o diagnóstico produzido pela Controladoria-Geral da União – CGU em fevereiro de 2011, intitulado “Análise da Situação de Calamidade Pública nos Municípios Atingidos pelas Chuvas no Estado do Rio de Janeiro – Município de Nova Friburgo/RJ”.

DOS FATOS CONSTATADOS

1. SAÚDE

1.1) Funcionamento precário da Unidade Básica de Saúde Riograndina

A verificação física da UBS Riograndina revelou que a Unidade retomou o funcionamento, porém de modo precário. O prédio onde se encontra instalada é o mesmo de antes da enchente, localizado em área de risco pela proximidade do rio que corta a região. Além disso, a energia elétrica para funcionamento da unidade é provida a partir de outro imóvel e não suporta a ligação de equipamentos que exijam maior amperagem, tal como um autoclave, que se encontra desativado por este motivo. Há ainda equipamentos danificados pela enchente, como uma cadeira odontológica, encostados no interior da unidade.

1.2) Omissão de apresentação pela Prefeitura de informações quanto ao estoque de medicamentos para atendimento básico à população

A Secretaria Municipal de Saúde, embora demandada formalmente, por meio de Solicitação de Fiscalização, deixou de apresentar informações sobre o estoque atual de medicamentos do programa Farmácia Básica, o que foi solicitado em função de informação prestada à equipe de fiscalização na reunião de apresentação de que havia falta de medicamentos.

2. EDUCAÇÃO

2.1) Obras inacabadas em escolas por falta de pagamento

Diversas escolas encontram-se com suas obras de recuperação paralisadas, em face de falta de pagamento dos serviços prestados. Segundo informado, a contratante, a Empresa de Obras do Estado do Rio de Janeiro – EMOP, não dispõe de recursos, os quais teriam sido transferidos pelo MEC para a Secretaria Estadual de Educação em maio passado.

3. ASSISTÊNCIA SOCIAL

3.1) Insuficiência de recursos para atender a todas as famílias cadastradas pela Prefeitura para receberem o benefício Aluguel Social

A Prefeitura mantém cerca de 2.200 famílias em cadastro, além das 2.490 que já foram atendidas com o benefício, sem solução negociada para inclusão das mesmas no programa Aluguel Social.

3.2) Iminência de se esgotarem os recursos para pagamento de aluguel social sem a conclusão das casas populares

Segundo o Governo Estadual, o aluguel social será pago até fevereiro de 2012. Nesta data, ainda estarão inconclusas as casas populares, o que se espera que ocorra, no mínimo, em agosto do mesmo ano, revelando uma lacuna em que não haverá recursos para pagamento do auxílio.

3.3) Gestão precária de donativos

Os controles de estoque de donativos fornecidos pela Prefeitura de Nova Friburgo não permitem identificar os totais de produtos recebidos e apurar os estoques atuais destes produtos, caracterizando fragilidade nos controles dos itens doados pela população e por empresários.


4. INFRAESTRUTURA

4.1) Morosidade nas providências para construção de casas populares para os desabrigados e desalojados

Os terrenos onde serão construídas as casas populares que abrigarão as vítimas das enchentes e deslizamentos, embora já tenham sido indicados pela prefeitura, ainda não foram desapropriados, comprometendo a estratégia de se pagar o aluguel social por um ano. De acordo com informações obtidas na Subsecretaria Estadual para reconstrução da região serrana, prevê-se que as obras possam se iniciar até o mês de setembro próximo.

4.2) Fragilidade dos relatórios de acompanhamento dos serviços prestados pela empresa VITAL ENGENHARIA e TERRAPLENO TERRAPLANAGEM

Os relatórios de acompanhamento produzidos pela Prefeitura de Nova Friburgo não permitem aferir com segurança os quantitativos de serviços que compõem os boletins de medição, impossibilitando a verificação da adequação destes boletins e o consequente pagamento pelos serviços prestados.

5. GESTÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS

5.1) Transferência injustificada de recursos da conta vinculada ao Termo de Compromisso 001/2011 para conta(s) da Prefeitura Municipal.

A análise do extrato bancário e das informações prestadas pelo setor de Tesouraria revelou que foram transferidos injustificadamente para conta da prefeitura cerca de R$ 291.000 (duzentos e noventa e um mil reais). Embora solicitado formalmente, não foram apresentados documentos que respaldassem as transferências realizadas.

5.2) Saques de importâncias elevadas em dinheiro vivo

A análise do extrato bancário e informações prestadas pela gerência da Agência do Banco do Brasil, onde estão sendo movimentados os recursos federais transferidos, revelou que houve dois saques de importâncias vultosas realizados por prestadores de serviços contratados pela Prefeitura: Cheinara Detetilar – cerca de R$ 100.000,00; Formato de Friburgo: cerca de R$ 291.000,00 (duzentos e noventa e um mil reais).

5.3) Fraude em processo de contratação emergencial da Empresa Cheinara Detetilar - ME

A execução de procedimento de circularização evidenciou fraude nas cotações de preços inseridas nos processos de contratação emergencial n.ºs 850/2011 e 857/2011, autuados para formalizar a contratação por dispensa de licitação da empresa Cheinara Detetilar – ME, nome fantasia de ADÃO DE PAULA – ME, para prestação de serviços de desinsetização, desratização e descupinização em unidades escolares (133) e de saúde (23) municipais. O sócio gerente da empresa H. R. SERRANA DESINSETIZADORA LTDA (CNPJ: 07.076.944/0001-91) declarou verbalmente que não reconhece a autenticidade das propostas pretensamente emitidas por sua empresa e anexadas aos processos citados. Informou ainda que efetuou declaração formal ao MPF relatando este fato.


CONCLUSÃO

Os trabalhos realizados junto à Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro, tiveram por objetivo efetuar o acompanhamento preventivo das providências adotadas em âmbito municipal para recuperar da infraestrutura destruída, bem como avaliar preliminarmente a execução dos recursos repassados pelo Governo Federal.

Dentre as constatações observadas podemos relacionar, em síntese, na Gestão Municipal:

• Funcionamento precário de Unidade Básica de Saúde;
• Apresentação incompleta e em formato inadequado de informações quanto ao estoque de medicamentos para atendimento básico à população, que dificultaram a avaliação da situação atual do estoque de medicamentos;
• Gestão precária de donativos;
• Fraude em processo de contratação da empresa CHEINARA DEDETILAR DE IMUNIZAÇÃO, por dispensa de licitação, de empresa para prestação de serviços no montante de R$ 534.617,06, caracterizada por instrução fraudulenta de cotação de preços no processo, ocorrendo ainda movimentação de R$ 100.426,82 por meio de saque " na boca do caixa";
• Contratação de prestador de serviço inabilitado para realização do serviço objeto do contrato;
• Divergência entre os quantitativos de serviços pagos pela prefeitura e os observados;
• Pagamento por serviços de desinsetização, desratização, descupinização e limpeza de caixas d'água prestados em unidades destruídas, condenadas ou interditadas;
• Utilização de recursos emergenciais para realização de serviços em unidades não atingidas por enchente ou deslizamentos;
• Inconsistências nos documentos comprobatórios dos serviços prestados pela empresa Cheinara Detetilar;
• Inconsistências verificadas nas comprovações de gastos e boletins de medição dos serviços prestados pelas empresas TERRAPLENO TERRAPLANAGEM E CONSTRUÇÃO, VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL E FORMATO DE FRIBURGO;
• Fragilidade dos relatórios de acompanhamento dos serviços prestados pelas empresas VITAL ENGENHARIA, TERRAPLENO TERRAPLANAGEM e FORMATO DE FRIBURGO;
• Transferência de recursos da conta vinculada ao Termo de Parceria 001/2011 para conta(s) da Prefeitura Municipal;
• Movimentação de R$ 297.457,27, referentes a serviços faturados pela empresa FORMATO DE FRIBURGO CONTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA, por meio de saque " na boca do caixa".

DAS PROVIDÊNCIAS

Diante disso, o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, em articulação com a CGU resolveu:

1. Bloquear os recursos ainda disponibilizados pela União na conta bancária vinculada às ações de socorro e assistência às vítimas.
2. Notificar a Prefeitura de Nova Friburgo para apresentar sua defesa, no prazo de 30 dias, diante das irregularidades apontadas, conforme garante a legislação.
3. Se as justificativas apresentadas pela prefeitura não forem consideradas convincentes, os recursos bloqueados serão retornados aos cofres da União e serão adotadas medidas com vistas a resgatar os valores gastos pela prefeitura de maneira irregular. Estas medidas vão desde a instauração de tomada de contas especial até a propositura de ação civil pública contra os envolvidos por meio da Advocacia-Geral da União (AGU).

Brasília, 15 de agosto de 2011

*******
Secretaria Nacional de Defesa Civil
Assessoria de Comunicação Social"

Veja abaixo a íntegra da nota da Prefeitura de Nova Friburgo

"NOTA A IMPRENSA:

Em atenção à matéria veiculada no jornal O Globo de 15/08/2011 sobre Nova Friburgo, a Prefeitura informa:

1 - Bloqueio de Contas:
À Prefeitura de Nova Friburgo não foi informado oficialmente qualquer bloqueio em suas contas, tendo tomado conhecimento da suposta decisão através da mídia. Sendo assim, tomou a iniciativa de requisitar formalmente à Controladoria Geral da União, cópia da certidão de entrega, caso exista.

2 - Transferência entre contas:
Todo e qualquer serviço prestado a qualquer Prefeitura deve ter, do valor cobrado, deduzidos impostos e contribuições obrigatórias, tais como ISS, INSS e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). Este valor, é retido pela Prefeitura e posteriormente recolhido às instituições de direito, na forma da Lei. O valor citado de R$291 mil, transferido para uma conta da PMNF, nada mais é do que o somatório destas retenções. Ou seja, cumpriu-se apenas o que manda a legislação em vigor.

3 - Em relação aos saques em espécie:
A Prefeitura paga todos os fornecedores por cheques nominais, não sendo de seu conhecimento se tais cheques são sacados no caixa dos bancos ou depositados nas contas destes fornecedores. Não cabe a nenhuma Prefeitura este tipo de controle.

5 - Sobre a fragilidade dos relatórios:
A fiscalização dos serviços contratados foi realizada por meio de relatórios onde foi verificado o número de homens, máquinas, locais e horas trabalhadas. Tal fiscalização foi feita por funcionários concursados e aptos a fazê-lo. Para maior segurança, foi inclusive solicitado às empresas prestadoras de serviços relatórios fotográficos comprovando a execução.
Tratando-se de uma tragédia, a prioridade era e será sempre salvar vidas e restabelecer o funcionamento da cidade. Todas as informações estão disponibilizadas para a fiscalização e para qualquer interessado. Quaisquer esclarecimentos adicionais serão prestados, basta que sejam solicitados.


--
Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Nova Friburgo
Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, RJ"

Em Minas, PT afasta vereador suspeito de pedofilia

O presidente do PT de Minas Gerais, o deputado federal Reginaldo Lopes, decidiu afastar temporariamente do partido, o vereador de Ubá, na Zona da Mata mineira, Antero Gomes de Aguiar, suspeito de estuprar uma menina de 12 anos. Preso em flagrante na quinta-feira (11), o vereador, conhecido como Antero do Ônibus, foi liberado após pagamento de fiança, nesta segunda-feira (15). A Justiça acolheu o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do vereador.

O afastamento terá duração de 60 dias, período em que correrá um processo disciplinar, aberto por determinação do presidente estadual da sigla. Em nota, ele justificou a medida, apoiando-se nos "fortes indícios de violação de dispositivos pertinentes à disciplina e fidelidade, de evidente repercussão prejudicial". A decisão teve o aval do o Diretório Municipal de Ubá.

- Nós entendemos que ele feriu o estatuto do ponto de vista disciplinar e ético. Eu o afastei e pedi a abertura imediata do processo, que será apresentado na próxima reunião do diretório ou da Executiva. Ele (Antero) argumenta que foi vítima de armação - falou a Terra Magazine.

Lopes considerou o caso "muito grave" e frisou que o partido não tolera "nenhum tipo de relação com pedófilo" :

- Vamos nomear o relator (do processo) na próxima reunião. Evidente que ele vai poder apurar e levantar mais informações. Se confirmadas as denúncias, a possibilidade de expulsão (do vereador) é muito grande. Pedofilia é crime hediondo - afirmou, enfatizando que, por ora, Antero do Ônibus, mesmo se retomar suas atividades na Câmara Municipal, "não tem nenhum direito partidário. Não tem legenda. Está sem partido".

Este é o primeiro mandato como vereador de Antero Gomes Aguiar, 51 anos, que foi eleito em 2008, com 1377 votos. Ele é pai de quatro filhos e atuou como motorista de ônibus por 24 anos, segundo informações do site da Câmara Municipal de Ubá.